Estou surpreso comigo. No Porto Verão Alegre deste ano estou numa atividade que me impressiona. Estamos a poucos dias do inicio do festival mais popular do sul do Brasil, feito por uma comunidade artística engaja numa relação dialógica mais intensa com o público, e me dou conta que estou em cartaz desde o primeiro dia de festival. Essa Noite Se Improvisa Nelson Rodrigues, terça e quarta, A Milímetros de Mercúrio, quinta até domingo. Depois folgo (ensaio) na segunda para na terça e quarta entrar em cena novamente para mais duas apresentações do Essa Noite Se Improvisa. E na quinta entro em cena novamente com Bailei na Curva no qual retorno como ator depois de alguns anos fora do palco. Folga/ensaio na segunda seguinte para terça, quarta e quinta subir a cena com Pílula de Vatapá. Ou seja no janeiro de 2012 estarei em cena quatorze dias dos trinta em um do mês. Na primeira semana de fevereiro, Vendetta Corsa e Se Meu Ponto G Falasse. Serão seis peças em cartaz. Quando penso nisso, me dou conta que desta vez passei da conta. Ao mesmo tempo estarei expondo para quem quiser ver, um retrato de décadas de ação no palcos brasileiros. Comecei em 1977 com Chapetuba Futebol Clube, direção de Paulo Flores e no mesmo mês estreia no teatro infantil com a A Lenda do Vale de Lua. Estava no segundo ano de medicina e o primeiro no teatro. Em 1979 fiz um grupo de teatro Luz de Vela juntamente como Roberto Oliveria e Camilo de Lélis. Em 1982 saindo da escola de teatro fiz Não Pensa Muito Que Dói e no ano seguinte Bailei na Curva. Em 87 uma peça marcou a trajetória embora tenha sido meu maior fracasso, Zona Proibida. De lá para cá foram dezessete textos escritos quinze direções (será, tenho que contar), alguns comerciais de Tv, atuações no cinema, e peças de outros diretores. Foram 35 anos de atividade continua.
No Porto Verão deste anos poderemos ver um retrato deste anos, com trabalhos mais significativos desta trajetória. Bailei, 1983, Se Meu Ponto G Falasse, 1995, Pílula de Vatapá, 2008, A Milímetros de Mercúrio, 2010, Vendetta Corsa, 2011.
Já é uma história que vale a pena acompanhar