17 de setembro de 2011

UM PEDAÇO DE SONHO NO MEIO DA RESTINGA


Apresentação Sensacional do A MILIMETROS DE MERCURIO na Restinga pela Decentralização do PORTO ALEGRE EM CENA.Trezentos espectadores (estimando por baixo), curtiram muito. A equipe sob o comando da Adri Azevedo e do Sergião foram perfeitos. Obrigado ao Porto Alegre em Cena e toda a equipe. Criaram um palco no meio de um ginásio esportivo como se fosse uma mágica. De repente, começou a peça e tinha um pedaço de sonho no meio da Restinga. A caixa preta, luz, sons, sonhos e ações. O Gabriel Lagoas fez uma montagem perfeita e uma operação impecáveis. E o elenco estava super bem, afinado, ligado, intenso. E tivemos nosso melhor público. Não era os habituados ao teatro, mas sim pessoas sensíveis a recepção de algo que não faz parte constantemente de suas vidas. Atilados, inteligentes e acompanharam com interesse toda a narrativa. Isso me fez pensar novamente na pergunta "para quem fazemos teatro?". E depois de ontem, sigo me recusando a pensar que faço teatro para mesmo. Cada vez mais sinto que faço teatro para encontrar algo que está além de mim, aquém de mim. Um outro que me olhe e eu o veja.
Dormi feliz. O travesseiro cheio de sonhos que brincaram comigo até amanhecer.

JULIO CONTE

16 de setembro de 2011

Hoje(16/09) n o Porto Alegre em Cena 2011

FONTE: http://julioconte.com.br/
Hoje dentro do PORTO ALEGRE EM CENA 2011, na DECENTRALIZÃO, vamos apresentar a minha mais recente peça: A MILÍMETROS DE MERCÚRIO.


Dia 16, às  19:30 – EMEF Alberto Pasqualini – Região 8 - Restinga


Através dos intestinos do uma empresa de telemarketing que vende sonhos, a encenação questiona a sociedade posta nos moldes como está onde os sujeito é intoxicado e gradativamente vai se coisificando.
"O que você faria se o seu maior sonho estivesse à venda? E se incluísse garantia de quarenta e cinco anos, atendimento pós-venda e reembolso em caso de insatisfação? Quando as vontades do homem e o próprio homem começam a se “coisificar”, a reação química que ocorre é semelhante à de um metal pesado exposto ao contato com o ser humano. Intoxicação desde lesões leves, passando por uma vida vegetativa e chegando à morte fazem parte do labirinto onde estão presos os vendedores de sonhos da nova peça de Júlio Conte. Metáfora, nonsense e poesia se articulam em cenas que chegam muito perto, onde os personagens são funcionários da Soneide, uma empresa de telemarketing que vende sonhos, tendo eles também sonhos de aspirações artísticas. Uma divertida crítica poética da sociedade moderna através de uma linguagem alegórica e absurda."
Texto e direção: Julio Conte / Assistência de direção: Catharina Cecato Conte / Elenco: Alessandro Peres, Gisela Sparremberger, Guega Peixoto, Duda Paiva, Fabrizio Gorziza, Jordan Martini e Vanessa Cassali / Figurino e cenário: Guega Peixoto / Trilha sonora pesquisada: Julio Conte / Iluminação: Gabriel Lagoas / Realização: Cômica Cultural / Duração: 1h15min / Classificação: 16 anos

19 de maio de 2011

Semana que vem: A Milímetros de Mércurio na Mostra TragiCômica de Teatro


A Milímetros de Mércurio na Mostra TragiCômica de Teatro
dias 24, 25 e 26 de Maio(terça, quarta e quinta)
na sala Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana
(Rua dos Andradas, 736, Segundo Andar)

Ingressos:
Inteira R$ 20,00
Meia R$ 10,00(estudante, idosos, e assinante ZH. Somente na hora)
Antecipado R$ 15,00(nas lojas Convexo nos shoppings: Moinhos, Iguatemi e Praia de Belas)

21 de março de 2011

A Milímetros de Mércurio na Mostra TragiCômica de Teatro



A Milímetros de Mércurio na Mostra TragiCômica de Teatro
dias 24, 25 e 26 de Maio,
na sala Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736, Segundo Andar)

Ingressos antecipados nas lojas Convexo (shoppings: Moinhos, Iguatemi e Praia de Belas)

14 de fevereiro de 2011

A fonte dos sonhos

Gostaríamos de agradecer ao genial site http://dromma.org por existir, a única e melhor base de dados de sonhos existente(alguns dos sonhos da peça são baseados em "sonhos reais").

"(...)Conflita a experiência do sonho (emocional) com a da escrita (racional)
Expressão é benvinda, estetica formal e gramatical é opcional(...)"
- descriçao do site

6 de fevereiro de 2011

ESTA MAIS QUE VISTO, MAS SÓ PARA QUEM ENXERGA


Peço às pessoas que gostam do meu teatro, que sabem o que eu sou, que se emocionaram com minhas peças e riram e choraram com meus textos, que assistem meus espetáculos e que me acompanham nestes meus quase trinta e cinco anos de teatro para que leiam a crítica de Rodrigo Monteiro no blog. Chamar de crítica é um exagero. Se vocês se derem o trabalho de fazer o que estou sugerindo verão que se trata de um sistema opinativo, bem longe de um pensador do teatro embora fique óbvio a ambição arrogante do blogueiro. Ele dispara disparates a torto e a direito. Ofende com ares de generosidade e superioridade. Dá conselhos como se ele soubesse fazer e soubesse o que é bom. Peço que leia o blog de Rodrigo Monteiro e comparem os trabalhos que fiz com as críticas que ele despejou sobre minha obra. Ao contrário do que a frágil personalidade de Rodrigo Monteiro, que preconiza que não assistam determinadas peças, eu peço que o leiam e estudem seu comentário. Quando fizerem isso, tentem encontrar um pouco de humanidade dos meus trabalhos nas palavras de Rodrigo Monteiro. Um pouco de amor ao teatro. Busquem um pouco de delicadeza e sabedoria em suas palavras. Não será uma tarefa fácil, mas será bem fácil encontrar toneladas de ressentimento nas entrelinhas. Mas não desistam. E também não se assustem com a enxurrada de citações e comparações que Rodrigo Monteiro usa como um escudo covarde para defender sua suposta crítica. Quer me jogar contra colegas de trabalho, mas a classe teatral não é tão ingênua como ele supõe. Aquela ofensa tem um endereço, por isso leia o blog de Rodrigo Monteiro. Logo saberão quem ele é. Logo perceberão que sua “crítica” auto outorgada, serve para sustentar sua arrogância opinativa. E por trás disso sua própria frustração . Evidencias falsas de teses preconcebidas se distribuem gratuitamente no seu texto. Percebam com através deste sistema opinativo superficial e ingênuo ele destila toda sua insensibilidade. Rodrigo Monteiro carece de dignidade mínima para ver uma peça como um sujeito do pensamento e da reflexão. Não se iludam com a ingenuidade, pois esta é apenas mais uma face da arrogância de Rodrigo Monteiro. Obvia conseqüência aparece na falta de sensibilidade despejando julgamentos arbitrários. Não se impressionem com a falta de discernimento para avaliar o foco narrativo. Prestem atenção também para a falsa generosidade oferecendo conselhos, estes sim depreciativos e recheados de falta de respeito.Todavia algumas verdades podem ser encontradas. Eu gosto sim de trabalhar com jovens atores. Foi assim com Bailei na Curva. Foi assim com Se Meu Ponto G Falasse onde Heliosa Migliavacca surgiu de oficinas. Foi com jovens atores comecei a fazer teatro de rua, desenvolvendo técnicas que fizeram surgir o Grupo Pé de Palco cuja evolução chegou ao Falos & Estercus. Foi assim também quando remontei o Bailei na Curva nos anos 2000. Gosto disto, de novos atores, sem vícios, sem maneirismo. Peço que comparem o que Rodrigo Monteiro escreveu sobre os atores da peça A Milímetros de Mercúrio com a maioria dos atores profissionais e percebam que a distância é mínima se é que existe. Peguem os últimos anos de meu grupo de pesquisa e verifiquem se se trata de um pejorativo trabalho de final de curso. Larissa Não Mora Mais Aqui está em cartaz há mais um ano. Dançarei Sobre Teu Cadáver teve ótima repercussão. Pílula de Vatapá está sendo remontada depois de um ano em cartaz com excelente recepção e comentários saudáveis, um deles de um diretor de muito prestígio, Luciano Alabarse publicado no Jornal da Usina. Camilo de Lélis também escreveu muito bem sobre a peça, mas este eu não reivindico porque, embora isento, é meu amigo. A minha trajetória e a da Cômica Cultural são marcados por forças éticas, honradez e dignidade, que não permitem qualquer insinuação perversa. Este tipo de insinuação é venal. Qualquer ator (e já foram centenas) que passou pela minha oficina pode reportar que sempre tratei o ambiente de trabalho da minha pesquisa como uma sala de ensaios. E isso se reflete na diversidade dos meus espetáculos. Para vocês que estou convidando para ler o blog tirem suas próprias conclusões de quem é Rodrigo Monteiro. O público é o fiel da balança. De modo algum A Milímetros de Mercúrio é montagem de final de curso. Aliás, as vagas para a próxima turma de pesquisa já estão abertas e ainda tem vagas para 2011. Pode ser que tu aprendas alguma coisa (mas acho difícil). Agora uma pequena história que alguém apelidou de Cria Curvos, mas prefiro pensar que não é isso. Certa feita Rodrigo Monteiro então um menino indeciso, foi ao teatro pela primeira vez e entrou no Theatro São Pedro para assistir Bailei Na Curva. Depois disso escreveu uma carta do leitor da Zero Hora que, pelo singelo do depoimento, teve a missiva publicada. Talvez essa tenha sido o primeiro milho. Nunca sabemos onde se esconde o trágico até que ele apareça. O fato é que Geraldo Lopes, produtor da peça, diretor da Opus Promoções foi tocado pela sensibilidade das palavras de Rodrigo Monteiro. Foi convidado pelo grupo a assistir de novo peça e freqüentar os camarins. Era para ser uma história bonita, um filme da sessão da tarde cheio de superações. Um menino delicado da periferia despertado pelo teatro. Mas a voracidade de Rodrigo Monteiro, fez com que Hermes Mancilha o apelida-se de “o pentelho da carta”. Está é uma história exemplar de desmedida. O personagem tinha tudo para dar certo. Mas falhou. A falha trágica já era uma marca do Pentelho da Carta. Foi assim quando começou seu blog. Tinha frescor e sensibilidade. Tentem encontrar isso nos comentários se forem capazes. Agora, meus amigos que assistem minhas peças há 35 anos, peço que tentem encontrar uma flor de pensamento, uma fatia de originalidade na “crítica” de Rodrigo Monteiro. O embotamento da mágoa é grande. Espero que não tenha sido pela pífia audição que Rodrigo Monteiro fez para integrar a remontagem de Bailei na Curva, quando tropeçava nas palavras e se equivocava nas intenções demonstrando toda sua incapacidade para o teatro,porque senão ficaria um roteiro de filme B. Como dizia Reinaldo no Rei Escória: “tá mais que visto, mas só pra quem enxerga!”

by Julio Conte

Hoje último dia de A MILÍMETROS DE MERCÚRIO no PVA 2011

O CORAÇÃO DO TEATRO

As peças de teatro são como as pessoas. Tem um mistério que precisa ser desvendado. Este processo , assim com a construção de uma intimidade, demanda um grande esforço emocional. O longo caminho em busca do coração da obra de arte. Assim como as pessoas que podem ser vistas como obras de artes, algumas não temos vontade de conhecer. Outras conhecemos mas não privamos. Outras passam despercebidas. E assim como as pessoas, as obras de arte tem vida própria. Ao longo da minha carreira artística me defrontei várias vezes com esta percepção que as peças de teatro tem vida própria e elas mesmas determinam sua história. Peças que parecem que terão vida longa, se encerram em temporadas vazias. Outras vindas do nada seguem sua vida dando impressão que vão durar para sempre. Outras ainda se encerram como vidas roubadas por acidentes e o acaso. Às vezes os próprios artistas, e me incluo aqui, não tem a real dimensão de uma peça de teatro. Por preguiça, omissão ou descuido, ou pelo momento de contato não encontrar as valências abertas e o contato não é feito. Não é sempre, mas acontece. No trabalho de mergulho no pensamento da uma peça nos defrontamos com um esforço de superação do nosso narcisismo. Queremos espelhos, mas o teatro é diversidade. Há que se despojar de algo para encontrar o outro. Há que se mergulhar no pensamento alheio para ali, nesta outra língua do outro, encontrar a diversidade e a diversão. Teatro neste sentido é sempre divertido. Mesmo a peça mais densa ou obscura. A Milímetros de Mercúrio é uma peça obscura e densa. E bem humorada e para mim muito bonita. Mas ali tem muito de mim. E do grupo. E do social. E da vida de todos nós. Claro que para ver isso tem que entrar num universo particular. Um mundo que fala em uma linguagem que procura significados. Tem gente que desiste. Tem gente que vai até o pensamento da peça e, depois desde mergulho, encontra o coração da arte, do artista, do grupo e da sociedade. E o coração da arte não fala com a razão. Pois todos sabem que a razão é escrava da emoção. O coração da arte nos toca ao ser tocado. E fica como propriedade emocional. A gente leva de alguma forma para a vida toda.

Hoje último dia de A MILÍMETROS DE MERCÚRIO no Teatro Bruno Kiefer da CASA DE CULTURA MARIO QUINTANA, 21 horas.

4 de fevereiro de 2011

Estréia no PVA 2011 e Milímetros nos Jornais

Hoje (4/fev) A Milímetros de Mercúrio estréia no Porto Verão Alegre 2011 na sala Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana.


Peça “A Milímetros de Mercúrio" é exibida a partir de hoje na Capital

Ingressos podem ser comprados antecipadamente no Praia de Belas por R$ 15

Espetáculo é apresentado no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana
Crédito: Divulgação

Sonhos, aspirações e a pressão do cotidiano nas grande cidades estão combinados na montagem de Julio Conte, "A Milímetros de Mercúrio", com exibições desta sexta-feira a domingo, sempre às 21h, no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736), dentro da programação do Porto Verão Alegre. Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 15, antecipadamente, no Praia de Belas ou no DC Shopping, ou na hora, a R$ 20.

A peça ganhou este nome por buscar fazer uma metáfora entre o mercúrio, um metal pesado que provoca intoxicação grave, debilita o corpo e leva à morte, e o telemarketing, que devora a privacidade, transporta a humanidade para o sistema invasivo que passa a envenenar a relação entre o indivíduo e seus sonhos. Em cena, os personagens são funcionários da Soneide, uma empresa de telemarketing que vende sonhos, tendo eles também sonhos de aspirações artísticas.

Para esta crítica poética da sociedade moderna, o diretor usou uma linguagem alegórica. O espetáculo transita entre realidade e plano dos sonhos, criando um ambiente lúdico que, por vezes, leva o espectador para dentro de uma noite de sono ou remete à súbita realidade do despertar. A estreia da peça ocorreu no final do ano passado e esta é a primeira vez que participa do Porto Verão Alegre. No elenco, estão Alessandro Peres, Duda Paiva, Fabrizio Gorziza, Gisela Sparremberger, Guega Peixoto, Jordan Martini e Vanessa Cassali.


Jornal do Comércio

31 de janeiro de 2011

Nesta sexta(4 fev) A Milímetros de Mercúrio no PVA 2011


Sucesso de público durante a primeira temporada, o grupo volta agora no Porto Verão Alegre 2011!!


"Júlio Conte acertou em cheio, não apenas em relação ao diagnóstico e à análise que desenvolve como também na maneira pela qual realiza sua tarefa."


Casa de Cultura Mario Quintana
Teatro Bruno Kiefer (Rua dos Andradas, 736 sexto andar)
21 horas

Exibir mapa ampliado

Compre seu ingresso antecipado:
Pontos de Venda:

Praia de Belas Shopping

Av. Praia de Belas, 1181 (Praça das Artes)
De seg a sáb das 10h às 22h
Domingo das 14h às 20h

Ponto Especial NET


No DC Shopping - Casarão Verde - loja 133
de seg a sex das 13h às 19h

Preços:


Antecipado

R$ 15,00 Inteira
R$ 12,00 Clube ZH / CEF
R$ 10,00 Idoso

No Teatro / hora

R$ 20,00 Inteira
R$ 16,00 Clube ZH/CEF
R$ 10,00 Idoso

Estudante (venda somente no teatro, duas horas antes do espetáculo):
Ter a qui: R$ 10,00
Sex a dom: R$ 16,00

Clube do Assinante ZH:
Desconto valido para duas pessoas, mediante apresentação do cartão com validade.

CEF:
Desconto para clientes e funcionários mediante a apresentação do cartão (desconto válido somente para titular).


Elenco: Alessandro Peres, Gisela Sparremberger, Guega Peixoto, Fabrizio Gorziza, Duda Paiva, Vanessa Cassali e Jordan Martini.

Direção: Julio Conte
Assitente de Direção: Catharina Cecato Conte
Iluminação: Gabriel Lagoas
Realização: Cômica Cultural

19 de janeiro de 2011

Porto Verão Alegre: A Milímetros de Mercúrio



Dias 4, 5 e 6 de fevereiro (sexta, sábado e domingo)
21 horas
Casa de Cultura Mario Quintana
Teatro Bruno Kiefer (Rua dos Andradas, 736 sexto andar)


O mercúrio é um metal pesado que provoca intoxicação grave. Tele marketing devora a privacidade. Na mitologia, a comunicação e os negócios ficam a cargo do Deus Hermes que, por sua vez, recebe o nome de Mercúrio pelos romanos. Em "A Milimetros de Mercúrio", os personagens são funcionários da Soneide, uma empresa de telemarketing que vende sonhos, tendo eles também sonhos de aspirações artísticas. Uma divertida crítica poética da sociedade moderna através de uma linguagem alegórica e absurda. Os personagens sofrem de pressão crescentes e acabam se defrontando com a coisa insensível dentro de cada um que assassina a subjetividade e os sonhos. A peça mais visual de Julio Conte.

Elenco: Alessandro Peres, Gisela Sparremberger, Guega Peixoto, Fabrizio Gorziza, Duda Paiva, Vanessa Cassali e Jordan Martini.

Direção: Julio Conte
Assitente de Direção: Catharina Cecato Conte
Iluminação: Gabriel Lagoas
Realização: Cômica Cultural



13 de janeiro de 2011

PVA 2011



Pois não é que o Porto Verão Alegre deste ano promete. As clássicas e confirmadas estão recebendo apoio das novidades. Eu mantenho a minha média. Cinco espetáculos. Entre os clássicos e confirmados estou com Bailei na Curva e Se Meu Ponto G Falasse no TEATRO DO NOVO DC. Ponto G de 27 a 30 de janeiro e Bailei de 10 a 13 de fevereiro. Nas novidades teremos LARISSA NÃO MORA MAIS AQUI que completou um ano de apresentações sempre com um bom e fiel público. E com elenco renovado. Vale a pena conferir em janeiro 11, 12, 18, 19 no Teatro de Câmara. Essa Noite Se Improvisa Tennessee Williams entre as novidades. Teatro feito com o público que já foi legal no PVA 2010 volta agora com UM BONDE CHAMADO DESEJO com mote de improvisações na Sala Álvaro Moreira. E para encerrar, A MILÍMETROS DE MERCÚRIO, no Teatro Bruno Kiefer, minha mais recente encenação onde aparece novas formas narrativas. Tem para todos os gostos. E é claro, outras atrações bem legais que eu mesmo quero conferir. Bob Bahlis com Dez Quase Amores, 9 Mentiras Sobre a Verdade, Pode Ser Só o Leiteiro Lá Fora e Fora do Ar. Mas esta é apenas uma lista pessoal de interesses. Tem muita outra coisa boa que faz do teatro gaúcho um dos pólos mais interessantes do Brasil.

12 de janeiro de 2011

Crítica: A milímetros da loucura.

fonte: O Café (Gustavo Saul)


Sete funcionários de uma empresa de telemarketing expõem os seus sonhos, anseios e devaneios. Ao mesmo tempo que sofrem a pressão de uma exigência ferrenha, procuram, como forma de fugir da cruel realidade, encontrar um universo onde possam sonhar e dar vazão a todos os seus desejos suprimidos em um mercado de trabalho cinza e impessoal.
Com esse enredo, Júlio Conte construiu o espetáculo A Milímetros de Mercúrio. O título é uma analogia ao metal mercúrio, que em contato com o corpo humano, pode causar inúmeros sintomas, de gengivite até a morte. Analogia essa que seria transposta para o ambiente profissional dos sete personagens, que sofrem toda a pressão de um mundo objetivo que exige resultados imediatos e eficácia.
Totalmente elaborado a partir de improvisações e experiências pessoais, a peça atinge um nível de sensibilidade acima do esperado de atores que na sua grande maioria, são iniciantes. A trilha sonora, muito bem escolhida e pontuada, serve também como força motriz, propondo um diálogo com cada personagem e servindo muitas vezes como um contraponto. A iluminação de Gabriel Lagoas é sublime, propondo e acrescentando novos elementos ao espetáculo, com destaque para a cena final, onde os personagens, inundados de mercúrios, padecem até o suspiro final.
Mais um belíssimo acerto de Júlio Conte e a Cômica Cultural, que já lançou Pílula de Vatapá, Dançarei sob teu cadáver e Larissa não mora mais aqui, a última um enorme sucesso de crítica e público.

DIREÇÃO: Júlio Conte
ASSISTENTE DE DIREÇÃO: Catharina Cecato Conte
ILUMINAÇÃO: Gabriel Lagoas

ELENCO: Alessandro Peres, Gisela Sparremberger, Guega Peixoto, Fabrizio Gorziza, Duda Paiva, Vanessa Cassali e Jordan Martini

REALIZAÇÃO: Cômica Cultural

Crítica: A Milímetros de Mercúrio

fonte: Luis Carlos Pretto - Por aí...


Quarta-feira encerrei meu cíclo de espectador de trabalhos de conclusão dos colegas Diretores.
Gosto de assistir apresentação de formação de alunos-atores e assim também ter uma idéia das novidades que passam pela cabeça dos professores, concretizados pelos novatos (ou nem tanto assim) no palco.
Antes de assistir eu já ouvia muitos dizendo que se tratava de um Júlio Conte diferente, e de fato o é, se comparado aos últimos espetáculos dele, frutos de oficinas de teatro.
Impressionante como ele leva a sério (e os atores também) seus espetáculos de conclusão, praticamente todos ganham sobrevida e a devida qualidade artística.
Tudo alí é bem feitinho, com atores á vontade e dando conta do recado, bem assessorados pela trilha, luz, cenografia.
Coincidentemente (ou não) estive na mesma pré-estréia que ele, do filme A ORÍGEM que explorava o submundo dos sonhos e seus níveis.
Um bem vindo novo trabalho e novo mundo explorado por Júlio, pelos atores e por Catharina Conte, assistente de direção e filha, que além de teatreira ainda está aparecendo por aí como cineasta.
Por ùltimo, feliz por ver em cena a amiga Vanessa Cassali, uma jovem artista com uma força, iniciativa e perseverança que me fizeram apostar nela na primeira vez que a vi, e a convidei para protagonizar a minha peça A AMANTE DA MINHA ESPOSA em 2008.
Talvez o público acostumado com o teatro de Julio Conte, tendo como referência as anteriores estranhe um pouco, mas isso é ótimo!!!

11 de janeiro de 2011

Crítica: As ambiguidades de Mercúrio

fonte: Jornal do Comércio (coluna do Antônio Hohlfeldt)
Notícia da edição impressa de 07/01/2011 do Jornal do Comércio

Estamos começando a encontrar uma nova geração de realizadores e intérpretes de nosso teatro, que sucedem diretamente àquela que se encontra em plena produção neste momento. Há poucas semanas, nesta mesma coluna, registrei a performance de Fredericco Restori, filho do diretor Marcelo Restori, em Hybris. Agora, destaco o trabalho de Catharina Cecato Conte, filha da atriz Patsi Cecato e do diretor Júlio Conte, que assina a assistência de direção de A milímetros de Mercúrio, que Júlio Conte escreveu e dirige para o grupo Cômica Cultural.

Mercúrio, como se sabe, pode ser o menor planeta do sistema solar e o mais próximo do sol; pode ser um elemento químico altamente nocivo à saúde, mas excelente condutor de eletricidade e pode ser, enfim, o deus Hermes grego (Mercúrio para os romanos) que tanto significa o comércio quanto a comunicação. Ou seja, nos dois últimos significados, ele se apresenta com extrema ambiguidade, pois tanto pode ser um elemento positivo quanto negativo. Júlio Conte optou por explorar esta ambiguidade: de um lado, a ânsia pela comunicação (e sua impossibilidade), a partir da diferente situação dos personagens que surgem em cena. Ao mesmo tempo, uma relação de causa-efeito, em que esta incomunicabilidade se apresenta por culpa da reificação das relações humanas, pois todas elas estão marcadas por interesses, são instrumentais, isto é, quando ocorrem, de maneira falsificada, geram mais valia, resultado tipicamente produzido pelas atividades comerciais.

Os personagens da nova peça teatral de Júlio Conte são artistas frustrados, impossibilitados de exercer sua verdadeira arte - e assim alcançar a verdadeira comunicação - por se verem restritos a atividades que lhes garantam a sobrevivência cotidiana, mercantilizando a oferta de serviços e produtos. Aliás, um belo achado do dramaturgo colocar os personagens numa tarefa de atendimento de pós-venda de “sonhos”, adquiridos por outros personagens apenas mencionados. O diálogo é extremamente entrecortado, como se as ideias não se completassem e os personagens fizessem enorme esforço em suas expressões.

Um jovem elenco formado por Alessandro Peres, Gisela Sparremberger, Guega Peixoto, Fabrizio Gorziza, Duda Paiva, Vanessa Cassali e Jordan Martini corporifica os sofridos, polêmicos e frustrados personagens, que perambulam pela cena, asfixiados, buscando saída para os diferentes impasses em que se encontram.

A direção de Júlio Conte é criativa, leve e dinâmica. O espaço cênico, desenvolvido pelo próprio grupo, está ocupado por pretensas paredes transparentes, equipamentos de respiração artificial, bolas gigantes de plástico e materiais variados que caracterizam a sociedade de consumo em que (sobre)vivemos. Os figurinos, também idealizados pelo grupo, começam com os indefectíveis trajes de executivos, para se ampliarem em roupas variadas, coloridas e de materiais múltiplos. A trilha sonora pesquisada, pelo próprio diretor, alcança alguns excelentes momentos que contribuem diretamente para o clima dramático do espetáculo, como no final do espetáculo, talvez um de seus melhores momentos, em que o trabalho quase se aproxima de um grand finale épico, repentinamente frustrado.

No resultado final, pode-se dizer que Júlio Conte acertou em cheio, não apenas em relação ao diagnóstico e à análise que desenvolve como também na maneira pela qual realiza sua tarefa. O espetáculo, de pouco de mais de uma hora de duração, abre-se em uma espécie de ritual de apresentação ambígua de cada personagem: de um lado, o que gostaria de ser; de outro, o que faz, de fato, no cotidiano. Primeira ambiguidade mercurial que marcará todo o trabalho. O que parece e o que é, de fato, a essência e a aparência. Trata-se de um bom momento de Júlio Conte, tanto enquanto dramaturgo quanto diretor, e que se espera tenha maiores oportunidades de ser visto, conhecido e apreciado.

10 de janeiro de 2011

BALANÇO DO ANO

(em 22/12/2010)

POIS este ano marcou uma virada para meu trabalho teatral. Investi na linguagem poética e nas imagens como forma de contar uma história. Busquei nos sonhos as sugestões poéticas e as mensagens que as mentes adormecidas enviam para os sonhadores. Quem sonha o sonho? O sonhador é criado pelo sonho e isso é uma inversão essencial para compreender o homem contemporâneo. Os sonhos não são coisas que acontecem a noite enquanto dormimos, mas estados mentais que determinam o estado criativo do sujeito quando acordado. Pois brincando com estas possibilidades o grupo de pesquisa da Cômica Cultural e eu criamos A MILÍMETROS DE MERCÚRIO. Um espetáculo que está me dando grande satisfação. Além disso, completou um ano em ação LARISSA NÃO MORA MAIS AQUI. A históira do Ed. Comendador Siqueira é atraente e tem um jogo cênico fantástico. Os dois estarão no PORTO VERÃO ALEGRE 2011. LARISSA em janeiro, dias 11, 12, 18, 19 no Teatro de Câmera. A MILÍMETROS DE MERCÚRIO dias 4, 5, 6 de fevereiro no TEATRO BRUNO KIEFER da Casa de Cultura Mario Quintana. E ainda os clássicos BAILEI NA CURVA e SE MEU PONTO G FALASSE no TEATRO DO NOVO DC. Bailei de 10 a 13 de fevereiro e Ponto G de 27 a 30 de janeiro. E por fim, ESSA NOITE SE IMPROVISA COM TENNESSEE WILLIAMS quando pretendo conduzir as improvisações para a encenação de cenas da peça UM BONDE CHAMADO DESEJO. Os jogos de improvisação levados a sua essencia num salto criativo sem rede.