É hoje a estréia,
e no segundo caderno do ZH de hoje....
TRABALHO SOB PRESSÃO
Pensando em abordar, em sua nova peça, a pressão do cotidiano nas grandes cidades, o diretor e dramaturgo Júlio Conte buscou a metáfora ideal na tabela periódica. O mercúrio, elemento escolhido, tem, entre suas funções, a de medir a temperatura. Durante a construção do espetáculo, surgiram novas relações, como o personagem da mitologia romana de mesmo nome.
É assim, repleto de subtextos, que A Milímetros de Mercúrio estreia hoje, às 20h, na sala Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre.
Depois de três espetáculos que considera parte de uma “trilogia urbana realista”, composta por Pílula de Vatapá (2007), Dançarei Sobre Teu Cadáver (2008) e Larissa Não Mora Mais Aqui (2009), Conte envereda por uma outra linguagem. Tem duas certezas: está deixando de lado, pelo menos provisoriamente, o realismo e vive uma fase prolífica.
– Fiz uma peça em cada um dos últimos quatro anos, um ritmo mais intenso do que estava acostumado – afirma. – Com A Milímetros de Mercúrio, tenho a impressão de que começo um outro ciclo.
Os personagens da peça são funcionários de uma empresa de telemarketing que vende sonhos e são eles mesmo sonhadores com aspirações artísticas. Mas a pressão do ambiente de trabalho ameaça transformá-los em autômatos. Quando se deixa de sonhar, agora no sentido mais literal, algo se perde.
– No pensamento psicanalítico, o sonho é a possibilidade de se reorganizar o universo emocional. O sonho é a realização de um desejo – diz Conte, também psicanalista.
fonte: Clube do Assinante ZH
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